24 de mai. de 2009

Milionários viram donos de clube em SP

J. Hawilla, da Traffic

Onde falta dinheiro, eles gastam uma montanha de reais.Quatro empresários milionários são donos de clubes, todos fundados há poucos anos, que disputam as empobrecidas divisões de acesso do Paulista.
Juntos, só com a construção (maioria dos casos) ou arrendamento de centros de treinamento de fazer inveja até a clubes grandes do país, eles já gastaram cerca de R$ 40 milhões.
Valor inimaginável para a maioria esmagadora dos clubes que disputam o Paulista da terceira e da quarta divisão, mas uma ninharia para os donos dos novos ricos do futebol paulista, cujos proprietários viram no futebol uma nova fronteira para ganhar dinheiro.
Luiz Cláudio Leão é dono do Grupo Leão Leão, que atua nas áreas de coleta de lixo e construção e ainda tem concessão de estradas -a empresa ficou famosa por acusações de pagamento de propina ao ex-ministro da Fazenda, o petista Antonio Palocci, quando este era prefeito de Ribeirão Preto.
Leão é o empresário que foi com mais sede ao pote no futebol.
Primeiro, comprou o controle do Olé Brasil, de Ribeirão Preto, que joga o torneio equivalente à quarta divisão. Só na construção de um centro de treinamento com luxos como cinco campos de grama sintética, e com obra em andamento de 141 suítes para abrigar jogadores, ele gastou R$ 15 milhões.
Mais recentemente, em negócio estimado em R$ 5 milhões, Leão comprou o Votoraty, da cidade de Votorantim, que está nas finais da Série A-3.
"Investi no futebol para diversificar as atividades do grupo e por acreditar no negócio de futebol-empresa", diz Luiz Cláudio Leão, que tem projetos ambiciosos para este ano.
"Para 2009, vamos finalizar parceria com um grande clube europeu, concluir a meta de receber cem intercambiários nas nossas estruturas [que, quando finalizadas, diz o clube, serão a quinta maior do país], além de obter acesso com o Votoraty para a A-2 e do Olé para a A-3.
"Outro clube cujo dono é um grande empresário e que está perto do acesso é o PAEC, o Pão de Açúcar Esporte Clube. O time, também na fase final da A-3, é propriedade da rede de supermercados de Abílio Diniz, que em 2008 faturou pouco mais de R$ 18 bilhões.
O time treina em um CT, que até já abrigou treinos de seleções estrangeiras, construído ao custo de R$ 5 milhões, mas cujo valor real é muito maior, já que foi erguido em uma área nobre da zona sul paulistana que pertence ao Pão de Açúcar e onde, antes da ideia de investir no futebol, seria a sede de mais uma loja da rede.
Segundo a direção do PAEC, não é possível tocar seu futebol com receitas do esporte.
"Hoje em dia, nem dá para dizer que recebemos alguma coisa, algum dinheiro. Por enquanto, só temos gastos. Só vamos conseguir nos equilibrar quando chegarmos à A-1 e ganharmos com direitos de TV e vendas de jogadores, porque não usamos patrocínio de camisa", diz Fernando Solleiro, o presidente do time.
Ele, porém, celebra o fato de o time já ter revelado jogadores que estão emprestados a clubes grandes. E ainda se gaba de dizer que o CT do PAEC serviu de modelo para outro milionário paulista que resolveu ter uma equipe de futebol.
J. Hawilla, da Traffic, grupo que atua da área de marketing esportivo até a de emissoras de TV e jornais, gastou R$ 16 milhões na construção do CT do Desportivo Brasil, que estreou neste ano na quarta divisão.
Ser dono de um clube no futebol paulista não é exclusividade de empresários nacionais.
O austríaco Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, que faz bebidas energéticas e gasta mais do que 30% do que fatura em marketing e patrocínio, montou o Red Bull Brasil, outro que está na quarta divisão e que neste ano arrendou o CT de Jarinu, antes palco de pré-temporadas de times grandes.
Por meio de sua assessoria, o clube diz que a prioridade de Mateschitz não é negociar jogadores. O principal objetivo do clube é "ser competitivo e chegar no menor espaço de tempo possível à Série A-1 do Campeonato Paulista e à Série A do Campeonato Brasileiro. É um projeto de longo prazo".

Fonte: Folha de São Paulo
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