30 de ago. de 2009

Júlio Terceiro: "tenho certeza que vou vencer"

Ele chegou ao América no início da série B do Campeonato Brasileiro de 2008. Mostrando raça, vontade e determinação, foi um dos únicos poupados pela torcida americana, que viu seu time escapar do rebaixamento para a série C na última partida diante do Corinthians Paulista. Devido a sua entrega dentro de campo, a torcida, em uma forma de homenagem, inventou um apelido carinhoso para o jogador. Antes conhecido por Júlio Terceiro, passou a ser chamado pelos torcedores de Júlio Guerreiro. Depois de livrar o América do rebaixamento, Júlio seguiu um novo destino e foi disputar o Campeonato Paulista, pelo time do Noroeste. Depois do término do Paulistão, o atleta acertou seu retorno ao América. No seu primeiro jogo novamente vestindo a camisa alvirrubra, contra o ABC, um lance de azar entre Júlio e o zagueiro alvinegro Gaúcho deixou Terceiro fora dos campos por cinco meses. Agora, perto de voltar aos gramados, Júlio revela que pensou em abandonar o futebol e que a ajuda da família, dos torcedores e do médico do América, Maeterlink Rego, foi fundamental para a sua recuperação.
Depois de cinco meses parado, como é que está sendo para você poder voltar aos gramados? Estou me sentindo bem, tranqüilo, motivado por estar voltando, porque muitos médicos disseram que eu não voltaria a jogar esse ano e conseguiu pular essa barreira. Estou com uma esperança muito boa de poder voltar a jogar o mais rápido possível. Claro que ainda estou sem ritmo, mas vamos passo a passo e o mais rápido possível eu quero voltar a jogar.
Alguns especialistas temiam que você não voltasse a jogar futebol. Pensou em desistir em algum momento?
Passou pela minha cabeça, principalmente em momentos tão difíceis como esse, mas, dei a volta por cima. Batalhei, lutei com o apoio da família, dos torcedores, da diretoria do América. Então, fui batalhando e agora só tenho a acrescentar ao time do América e mostrar isso dentro de campo.
O apoio da família é importante em momentos como esse?
Está sendo muito importante. O que eu amo fazer é jogar futebol, então foi muito difícil para mim receber essa notícia da ruptura total do músculo. Mas, o apoio da família, quando você chega em casa, não tem aquela pressão. Isso tudo facilitou bastante esse momento que eu passei. Agora tenho que mostrar para eles, dar esse presente para eles que estiveram ao meu lado durante esse período, e o melhor presente é voltar a jogar e mostrar meu valor dentro de campo.
A torcida do América lhe tem como um ídolo. Esse carinho por parte deles, é um incentivo maior para você se recuperar?
Com certeza. Muitos torcedores me deram presentes, me mandavam e-mails, camisas com dedicatórias, me parabenizando pela volta, que estavam ao meu lado me apoiando. Isso tudo contribuiu. Minha cabeça, no começo, estava um pouco difícil, tava meio complicada, então esse apoio total da família com os torcedores, contribuiu muito para que pudesse voltar o melhor possível.
Em determinado momento, surgiu a possibilidade de você realizar uma cirurgia, que poderia arriscar sua vida. O que lhe fez desistir?
Realmente eu pensei nessa possibilidade, mas depois eu vi que as coisas não eram da forma como eu estava pensando. O nosso corpo se adapta as adversidades e o meu conseguiu se adaptar, mesmo com o tendão rompido, mesmo com o local fragilizado. O meu corpo se adaptou a isso. A cirurgia passou pela minha cabeça, mas com o apoio da minha família desisti de me arriscar a esse ponto. Foi tudo gradativo.
O apoio do médico Maeterlink Rego (médico do América) foi importante?
O doutor me ajudou muito. Me deu muita calma, muita tranquilidade. Isso foi muito importante na minha recuperação. O apoio e a confiança que o doutor Maertelink passou para mim. E, quando coloquei a cabeça no lugar, foi aí que tudo começou a evoluir ainda mais.
O nervosismo em voltar a jogar está aumentando?
Estou muito ansioso. Eu brinco com os meus companheiros, fico dizendo para terem calma, que eu estou voltando para ajudá-los. Hoje eu só posso ajudar do lado de fora do campo, com minha alegria, com minha motivação, conversando com os mais novos no clube sobre a tradição do América. Agora eu quero poder ajudar no coletivo, brigando dentro do campo, buscando o meu espaço, lutando por uma posição. Isso tudo vai contribuir para o sucesso do América.
Como é que você analisa a atual situação ao América na série B do Brasileiro?
O clima estava um pouco pesado por causa desses resultados negativos, essas duas derrotas seguidas por goleada que o time sofreu. O grupo conversou muito depois da derrota para o Atlético/GO, colocamos tudo que estava acontecendo de errado no time. Sabemos que a batalha nesse segundo turno vai ser bem maior, porque os times já estão entrosados. Por isso que a nossa união, nossa amizade tem que estar casa vez mais forte. Foi isso que passei para a maioria dos jogadores. Quanto mais forte nosso grupo, teremos mais chances de realizarmos um belo segundo turno na competição.
No ano passado você já passou por essa mesma angústia de rebaixamento. Alguma hora isso vai ter que mudar...
A única diferença é que no ano passado nosso time estava no fundo do poço. Éramos o penúltimo colocado, no fundo do poço mesmo, muito distante do primeiro que escapava do rebaixamento. Foi quando o grupo se uniu, focamos em um objetivo e foi quando conseguimos tirar o time dessa situação. Esse ano a gente até começou bem o campeonato e agora já encostamos na zona de rebaixamento. Temos que nos unir, nos focar novamente na disputa, para buscar um algo mais. É bom não só para o América, como também para o brio do jogador, para a honra do jogador, poder brigar pelas primeiras posições da tabela e também pela tradição do América, que devia estar brigando pela ponta da tabela.
Ainda dá tempo de o América conseguir uma das quatro vagas para a série A?
Com certeza. Em 2006, ano do último acesso do América para a série A, o time terminou o primeiro turno do campeonato na zona de rebaixamento e depois conseguiu sete vitórias seguidas e deu aquela arrancada. Isso mostra que se o time quiser, tiver força de vontade, ainda dá tempo de brigar lá por cima da tabela e quem sabe, conseguir o acesso.
Em relação a contusão, ainda sente dor?
Clinicamente eu estou curado e ainda bem que não sinto mais nenhuma dor. É claro que eu fiquei muito tempo parado e perdi um pouco da força nos músculos. O doutor Maeterlink usou até uma expressão diferente para definir meu momento. Ele disse eu sou como portão de ferro que está enferrujado. Na hora que a ferrugem sair, eu vou estar recuperado, segurando até ladrão. Estou só tirando o resto de ferrugem para voltar a ajudar o América.
Já tem uma data exata para voltar a jogar?
Minha intenção é de que antes da oitava rodada do segundo turno eu já possa estar atuando. Meu pensamento é só de ajudar meus companheiros dentro de campo. Vou lutar pelo meu espaço, pela minha posição. Vou tentar provocar uma briga boa entre os jogadores, uma guerra saudável. Vou buscar aquela camisa número 5. E, o companheiro que estiver jogando, vai querer continuar, então assim, a disputa vai ser melhor, todo mundo vai querer mostrar serviço e só quem tem a ganhar com isso é o América. Eu quero ajudar o meu time, porque o América é muito grande e não pode ficar passando por essas situações.
Como você mesmo disse, quer voltar antes da oitava rodada. Seria no jogo diante do ABC. Sua contusão foi também contra o ABC. Algum receio?
Não tenho problemas nenhum em relação a isso. Pode ser que seja contra o ABC, como pode ser que não. O mais importante não é o Júlio Terceiro, nem o jogo entre ABC x América. Para mim, o mais importante é ajudar o América a sair dessa situação. Se for para voltar no clássico vai ser bom, vai ser gostoso, para acabar com esse trauma que ficou por conta da contusão, que eu não gosto nem de ficar lembrando. O mais importante é que estou voltando e vou fazer o melhor possível para honrar a camisa do América.
Então, o Júlio está feliz com a volta?
Muito. Bastante tranquilo, consciente, motivado. Doido para jogar, maluco para voltar logo. Essa minha alegria interna, que ainda não saiu por completo, já que ainda falta a última etapa, que é entrar em campo e jogar. Quando eu escutar o apito do juiz, todo esse sofrimento que eu passei vai se transformar em alegria e batalha dentro de campo. Tenho certeza que vou vencer e dar a volta por cima em mais uma batalha que eu tive na minha vida.
Fonte: Tribuna do Norte/Felipe Gurgel
Com você, o Mecão é ainda mais forte. Seja Sócio!

3 comentários:

Geninho disse...

Me emocionei com essa entrevista do nosso ETERNO ÍDOLO, JÚLIO GUERREIRO! Tenho certeza que vc vai voltar e nos dará muitas alegrias ainda,tenho saudade da sua vibração,da sua RAÇA em campo,e pode ter certeza que TODA A NAÇÃO AMERICANA,SENTE MUITO A SUA FALTA!E só queria lhe pedir uma coisa,sabendo que vc ler o blog vermelho de paixão,converse com Lúcio,pois apesar dele ter desrespeitado a torcida,nossa torcida ainda tem esperança que ele volte a ser o Lúcio verdadeiro,as vaias não foram contra o homem e sim contra o profissional que ele está sendo,a torcida americana sempre o apoiou e tenho certeza que ainda tem um carinho enorme por ele,então Júlio,sabendo do seu comprometimento com a grande instituição América de Natal e do sentimento seu para com a nossa torcida e da gente para vc,peço que converse com Lúcio,que é um cara novo ainda,e se deixa levar por emoções erradas da vida.Era essa mensagem que queria deixar, Júlio Guerreiro,nosso ÍDOLO volte logo e Lúcio a torcida ainda confia em você,mas vc precisa botar na cabeça que futebol é coletivo,e parece que vc se acha insubstituível no América,e NÃO É! tanto é que ficou provado no segundo tempo do jogo contra o Guarani,quando Rafael entrou no seu lugar,foi uma das maiores partidas que já vir o América jogar!Então só peço que vc tenha humildade de reconhecer que vc está mal,e que possa voltar a reeditar as grandes partidas que fez de vc um ídolo da torcida do América também,sendo que esse ídolo parece que mudou totalmente de cara,e não olha mais para a torcida no olho,espero que volte a ter o olho vermelho,nos olhando na cara e dizendo GOL,RAÇA,LÚCIO,AMÉRICA!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Com a nossa torcida. Você já é de casa.

Anônimo disse...

Julio sou AMERICANO sempre tORCI pela sua volta ao futebol,principalmente No AMERICA, só espero que você não seja um Ronaldo da Vida se recuperando no Flamengo e em seguida ir jogar em outro time, por favor antes de mudar de time pense bastante, a torcida do AMERICA SEMPRE ESTEVI AO SEU LADO,tenha muito sucesso na sua volta, jesus te ama e torcida do MECÃO tambem.

Postar um comentário

Política de moderação de comentários:
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o autor deste blog reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal / familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.