Só uma improvável virada de placar pode impedir o trancamento definitivo da ação penal sobre a "máfia do apito", grupo que fraudou 11 jogos do Campeonato Brasileiro de 2005.
Dois dos três desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo que julgam o caso decidiram pelo trancamento do processo.
Ontem, Francisco Menin acompanhou o voto dado por Fernando Miranda pelo fim da ação, o que deixou o placar do julgamento em 2 a 0.
O terceiro voto será anunciado por Christiano Kunz, em data indefinida. Para que a ação não seja enterrada, o voto de Kunz precisa ser diferente do dos outros desembargadores.
Mais do que isso, Miranda e Menin teriam que mudar suas decisões, o que é improvável.
"Não quero perder as esperanças", diz o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro, autor da denúncia. "Enquanto esse voto puder mudar o rumo do julgamento, eu vou torcer."
A ação está muito perto de ser trancada graças a um pedido de habeas corpus feito pelo advogado Eduardo Silveira Melo Rodrigues, que representa o réu Nagib Fayad, acusado de ser o líder da quadrilha.
Rodrigues argumentou -e dois dos desembargadores concordaram- que as provas apresentadas pelo Ministério Público de São Paulo não são suficientes para configurar estelionato e formação de quadrilha.
Os grampos e até mesmo a confissão de Edilson Pereira de Carvalho não foram levados em conta por Miranda e Menin. As provas foram tratadas pelos desembargadores como "simples interceptações telefônicas ou mesmo confissões".
Descoberta em 2005, a máfia do apito combinava resultados de jogos com o árbitro Edilson Pereira de Carvalho e depois lucrava com apostas na internet. Sete pessoas foram denunciadas -todas estão soltas. Os 11 jogos fraudados por Edilson no Nacional-05 foram disputados novamente.O procurador de Justiça Arnaldo Hossepian falou que pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). "Ainda estou confiante de que é possível salvar o desastre", disse.
Para Rodrigues, que conseguiu o habeas corpus para seu cliente, o resultado do julgamento não será inútil. "Justamente por causa deste caso há um projeto de lei tramitando no Senado que prevê a punição a esses crimes", comentou. "A conduta dos réus é reprovável, mas não é criminosa."
Fonte: Folha de São Paulo
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