23 de abr. de 2010

Milionária, CBF toma receita de clubes da B

No ano em que deve bater todos os recordes de arrecadação, a CBF vai jogar pesado contra os endividados clubes da Série B. No contrato a que os times aderiram para ter suas partidas exibidas na televisão, a entidade presidida por Ricardo Teixeira vai descontar pelo menos R$ 4 milhões do acordo que tem validade até 2014.
O parágrafo único da cláusula 10 estabelece: "A cessionária [Globo] antecipará à CBF em cinco parcelas iguais e sucessivas, com vencimento nos dias 20 dos meses de março, abril, maio, junho e julho de 2009, o montante de R$ 4 milhões".
A Folha procurou a CBF para saber o motivo da antecipação, mas não obteve resposta.
O que é certo é que, neste ano, o contrato de R$ 19 milhões terá desconto na primeira parcela de R$ 800 mil, o que incidirá diretamente na receita líquida dos clubes. Outros R$ 4 milhões já foram descontados por "passivo existente de temporadas passadas e referentes a antecipações em dinheiro feitas pela cessionária".
Quando a FBA, que geria a Série B até 2008, foi extinta, tornaram-se públicas duas dívidas da associação: uma com a CBF, de R$ 2,8 milhões, e outra com o Clube dos 13, de R$ 2,4 milhões. Até agora, o C13 não recebeu um centavo. A entidade dirigida por Fábio Koff se reúne hoje com os times da Segundona para tentar rever os valores do contrato com a TV.
Descontadas as dívidas com CBF e Globo, cada clube receberá pelo campeonato cerca de R$ 800 mil. O valor equivale a 4% do contrato da primeira divisão, que está em cerca de R$ 500 milhões por ano.
O contrato da Série B foi o estopim da discórdia entre Fábio Koff e Ricardo Teixeira. O gaúcho se negou a assinar, em 2009, o atual acordo.
Como troco, o presidente da CBF lançou, com apoio da Globo, o flamenguista Kléber Leite à presidência do C13, derrotado por Koff por 12 a 8.
A segunda divisão virou objeto de desejo de Teixeira e de Koff na disputa pelo poder. Os clubes já anunciaram que não aceitarão o acordo atual com a Globo. Por isso, ouvirão as propostas de Koff e de Teixeira.
Teixeira telefonou para presidentes de clubes. O interesse repentino no torneio gerou até situações engraçadas. Um presidente de clube, que jamais havia recebido telefonema de Teixeira, achou que era trote.
O presidente do Sport, Silvio Guimarães, foi questionado pelo mandatário da CBF sobre o que ele precisava. Ouviu: "Presidente, preciso de um prato de feijão e um pedacinho de pão".
Enquanto os clubes pequenos "choram" por mais verba, a CBF vai faturar, só com parceiros, R$ 214 milhões em 2010.
Da Folha de São Paulo
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