16 de jun. de 2012

Entrevista de Alex Padang ao Jornal de Hoje

JORNAL DE HOJE – Como você encara os fatos ocorridos nos últimos dias em relação ao assunto: aluguel do Frasqueirão.
ALEX PADANG – Uma derrota para o futebol do Rio Grande do Norte. Deixamos de dar um exemplo para o Brasil e de fechar uma parceria que poderia render bons investimentos para os dois clubes. É impossível enumerar os prejuízos desta conduta. Essa parceria seria o melhor custo benefício possível para divulgação da Copa em Natal por parte do Governo. Seriam mais de sessenta jogos televisionados diretamente de Natal. Os dois times envolvidos. Outra vantagem de caminhar junto era chegar na CBF em busca de cotas maiores. Havia a possibilidade de duplicarmos as cotas com a entidade. O patrocínio das empresas também foi por água abaixo. A Governadora foi extremamente atenciosa e conseguiu atender o nosso pleito. Imagine como fica essa situação. Corremos o risco de afastar o poder público do investimento no esporte. O aluguel não era apenas esse ano. Tem 2013 também. Ou seja, era dinheiro garantido também para o próximo ano. Mas é hora de encerrar o assunto e colocar a bola pra frente. Sei que o América sai dessa história fortalecido.
JH: Sem o Frasqueirão, resta organizar o Nazarenão. Que tipos de medidas serão tomadas? Qual o próximo passo?
AP: A CBF acompanhou de perto, mais do que a gente imagina, todo esse desenrolar da negociação. Cheguei a confirmar com a CBF que isso estava fechado. Temos três alternativas. Uma das estratégias é a instalação das arquibancadas. Tem um orçamento do Governo e um dinheiro está disponível para ser aplicado no esporte. O grande problema é que a empresa que vai instalar as arquibancadas quer o dinheiro adiantado. E o Governo não trabalha assim, tem que ter licitação e o pagamento demora mais um pouco. Vale lembrar que o dinheiro anteriormente estava disponível para Goianinha. São 750 mil reais para o estádio Nazarenão. A mudança aconteceu apenas por sugestão nossa para viabilizar nossa parceria. Como ela não aconteceu, o dinheiro tem que estar novamente disponível para as obras do estádio.

JH: A não concretização do acordo não deveria acelerar o processo para o América construir a sua Arena? Isso vai acontecer?
AP: A Arena América é uma alternativa e para ela se tornar viável de forma mais urgente teríamos que tomar atitudes que neste momento não acredito ser a ideal. O América teria que se desfazer de uma parte do CT e isso eu não sou a favor. Mas pode acreditar que esse problema acelerou o processo de construção da Arena América. O Conselho Deliberativo do clube está muito empolgado com o momento que vivemos e prometeu apoio.

JH: Houve radicalismo nas decisões?
AP: Imaginem se os torcedores do América parassem de comprar nas farmácias do presidente do ABC. Ou se a torcida do ABC não fosse mais ao show da minha banda. Isso não existe, é muito radicalismo. Seriam 120 horas de televisão. O quanto vale isso de retorno de mídia? Mas como falei. Agora passou. Caso encerrado.

JH: O prejuízo aconteceu para os dois clubes. Sem esse dinheiro como fica a situação financeira do América? Você tem investido do seu próprio bolso no clube?
AP: Não estou investindo meu dinheiro particular no clube. Pago uma cota normal de patrocínio, como paguei em outros anos e outras empresas também pagam. Vou fazer uma conta rápida baseada nos primeiros cinco meses do ano. O América teria que ter 2 milhões e seiscentos mil reais até maio para sanear as contas. As despesas gerais mensais custam 520 mil reais. Os patrocinadores rendem mensalmente cerca de 350 mil reais. Antecipamos duas vezes o sistema de sócio torcedor, o que gerou aproximadamente 700 mil reais. Além disso tem a renda de jogos. Nos últimos dois meses recebemos parcelas da CBF de 225 mil reais. Temos uma parceria com a Constel também que nos rendeu 250 mil reais. A Timemania gerou cerca de 150 mil reais. Os royalties da lojinha chega a aproximadamente 50 mil reais. Temos ainda 100 mil reais de aluguel de lojas no Espaço América. Além das ajudas de conselheiros que vem através de jantares, sorteios, etc. A filiação de novos conselheiro rendeu 300 mil reais ao clube no início do ano. O cálculo chega a 2.450.000 e ficamos com um pequenos deficit de aproximadamente 150 mil reais, o que é razoável. A minha ideia continua sendo a mesma de quando assumi. O objetivo maior continua sendo transformar o clube viável e profissional.

Do Jornal de Hoje

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2 comentários:

Anônimo disse...

Os dirigentes abecedistas foram na onda da torcida deles! Também há americanos intolerantes, mas não é a maioria. O bom senso não vingou. Piadas, sempre acontecerão de lado a lado, mas devem ser vistas apenas como gozação. E só.

José Nunes Filho (Conselheiro) disse...

Sergio, quem me conhece sabe do espírito de americano que tenho. Sou conselheiro desde que nasceu esse modelo de conselho, antes era sócio torcedor e sempre assumi a compra do sócio torcedor para meu filho Renan desde os 16 anos dele e também para o meu irmão. Não tenho tempo de me dedicar ao América, apesar da vontade enorme. Por isso não conheço bem de perto o nosso presidente e tinha certo receio do mesmo pelo temperamento que demostrava antes como torcedor e diretor. Confesso que me surpreendo com sua performance, um equilíbrio sensacional, muita ética e ao que tudo indica, bastante profissionalismo. Sai da forma mais elegante que se pode imaginar dessa seleuma do aluguel do Frasqueirão que pelo que consigo enxergar, o grande perdedor é o Abc. Parabéns ao presidente Padang pela grande demonstração de personalidade e seriedade na condução do nosso glorioso América. Como você falou bem, presidente, somos Goianinha, mas se tivermos que ir a Paraíba o América não vai morrer. Pena presidente, que nossos governantes, mesmo que por educação sua mereça seus elogios, vejo como devedores e omissos.

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