imagem/Marcelo Montenegro
Nome...
José do Carmo Silva Filho, conhecido como o único Zé do Carmo do
futebol mundial (risos)
Idade...
18.615 dias de vida (risos)
Natural...
Recife
Estado
civil... fui casado duas vezes, mas por falta de compreensão a gente terminou se
separando. O primeiro casamento foi com Célia, que nasceu Breno, que é jogador
de futebol e hoje atua pelo Campinense; o segundo foi com Adriana, que nasceu
Adriano, que começa a dar os primeiros passos na escolinha do Náutico e quer
jogar como lateral-esquerdo; e uma terceira situação que não houve casamento,
mas que nasceu uma menina chamada Valentina, que tem um ano e dez meses.
Pais...
José do Carmo Silva e Geni Nogueira Silva
Residência
fixa... sempre Recife, sempre Recife. Hoje, por estar separado e pela casa da
minha mãe ser muito grande, terminei sendo convencido a morar novamente com ela.
Hoje eu sou filhinho de mamãe. (risos)
Iniciou a carreira... eu trabalhei inicialmente em todas as categorias de
base do Santa Cruz e depois cheguei ao profissional, onde passei dez anos. Foram
sete anos seguidos no Santa, depois fui para o Vasco, onde passei quatro anos, mais três
anos na Acadêmica de Coimbra, em Portugal, retornei ao Brasil para jogar mais
três anos pelo Santa Cruz. Joguei, ainda, seis meses pelo CRB, mais seis pelo
Ituano e finalizando mais cinco meses no Uniclinic, que estava na segunda
divisão do cearense, quando fui campeão e tive que parar pois o meu cansaço já
era mental.
O maior jogador com quem você atuou... eu atuei com vários jogadores de
referência. Tive a oportunidade, ou melhor, eles tiveram a felicidade de jogar comigo (risos), como foram os
casos de Romário, Bebeto, Mazinho, Bismarck, Roberto Dinamite, Luis Neto,
Birigui e Henágio. Todos jogadores de expressão e costumo dizer que fui um
felizardo ao jogar com uma nata de bons jogadores, que me ensinaram muito e
hoje a gente tem a felicidade de tê-los como amigo.
Local
que mais gosta em Natal... adoro Ponta Negra. Adoro dar a minha corridinha,
principalmente quando a praia está seca, a maré baixa. Você correr, olhar para
o Morro do Careca e depois tomar uma cervejinha é muito bom. Hoje eu posso
dizer que Natal é minha amante, minha paixão e Recife continua sendo a minha
esposa.
Time
que torcia na infância... Santa Cruz. Sempre fui torcedor do Santa Cruz de ir a
campo, mas nunca pensava em ser jogador de futebol.
Se não fosse jogador de futebol... eu pensava em estudar, trabalhar e
ter o meu dinheiro para assistir futebol, ir ao cinema. Pelo medo que eu tinha,
pensava também em ser dentista.
Um
jogo inesquecível... eu tive a felicidade de ser campeão brasileiro pelo Vasco, no dia 17/12/1989, no Morumbi, contra o São Paulo. Ganhamos de 1x0 e esse jogo foi inesquecível.
Um
gol inesquecível... eu como cabeça de área joguei vinte anos e fiz 100 gols,
sendo 96 pró e 04 contra (risos). Fiz um a favor do Fluminense e o Vasco terminou
sendo eliminado das semifinais, fiz um a favor do Central, do Sport e do
Atlético de Caruaru. Desses 96 gols que eu fiz, um inesquecível foi de
calcanhar, em 23/11/1986. Eu gosto de guardar datas, pois nesse dia meu filho
tinha 23 dias de nascido.
0
1° gol... o meu primeiro gol como profissional foi uma vitória que nós tivemos
contra o Paysandu, em Recife, em 81, e eu fiz o terceiro gol (o jogo foi realizado no dia 17/01/1981, o
Santa Cruz venceu o Paysandu por 3x0).
Um
amigo no futebol... Ricardo Rocha (ex-zagueiro
do Santa Cruz, São Paulo, Vasco, Real Madrid e Seleção Brasileira), esse é
daqueles para o que der e vier. É claro que tem ainda o Pedrinho, que foi um
lateral-esquerdo do Santa Cruz, mas o Ricardo Rocha é o grande amigo que
eu tenho no futebol.
O melhor jogador do mundo na atualidade... o cara que gosto da maneira de jogar
é o Cristiano Ronaldo.
O seu melhor técnico... na verdade, eu tive três treinadores que os coloco
em situações diferentes. O Fito Neves foi taticamente um dos melhores
treinadores que eu tive na carreira. O Evaristo de Macedo foi aquele que me lançou
no futebol tecnicamente e o Carlos Alberto Silva psicologicamente. Esses três
treinadores foram marcantes e se você me perguntar qual o melhor de todos
é claro que vou ficar com o Evaristo pela sensibilidade de ter descoberto os
meus primeiros passos.
Ídolo
fora do futebol... fora do meio eu não costumo
ter pessoas como ídolo. Eu gosto de acompanhar a trajetória das pessoas que reivindicam coisas em prol de causas sociais. Por isso, mesmo
não tendo votado nele, acho que o presidente Lula foi uma pessoa importante em toda essa mudança no país.
Ídolo
no futebol... no futebol eu sempre tive uma admiração especial por pessoas que
trabalhei e que me ajudaram muito como um jogador chamado Joãozinho, que na
época do Santa Cruz que me deu bons conselhos. Hoje eu perdi até o contato com
ele, mas foi um cara que sempre admirei. Agora o meu ídolo mesmo foi Givanildo
Oliveira, com o qual tenho passagens inesquecíveis no futebol.
O jogador mais difícil que você enfrentou... é um cara conhecido de todos nós e
por mais que eu tentasse cantar a jogada dele não conseguia pará-lo. Era o
Zico. Eu tive vários confrontos com o Zico no Maracanã e eu dizia que ele ia
sair pela direita e ele saía pela esquerda; achava que ele ia tocar de primeira
e ele terminava dominando a bola. É um cara que admiro não só pela maneira como
se portava dentro das quatro linhas, mas também pela habilidade que possuía como
jogador.
Local
para passar as férias... como eu nunca participei do Carnatal, espero
participar este ano com um acesso. Então, vou conhecer o Carnatal, já que por muitos
anos estive presente no Recifolia e agora quero participar dessa festa aqui em
Natal. Mas o normal mesmo é passar as férias em Recife e fica até difícil alguém me
tirar de lá no mês de dezembro, principalmente por causa das confraternizações
com os amigos.
Prato
que sabe cozinhar... rapaz, o meu ovo e o meu macarrão misturado é comível...(gargalhada)
Gostaria de conhecer... eu gostaria de sentar para conversar com Luciano
Huck. Acho um cara sensível às causas e não vejo o envolvimento dele com
falcatruas. Então, eu admiro esse cara.
Não come de jeito algum... rapaz... (pensativo)
aquilo que eu não como, eu tenho que experimentar primeiro para dizer que não
gosto (risos). Não existe uma comida
que rejeite. Tanto é que no início da minha carreira aprendi a comer salada
e verduras. Hoje não tenho nada para enjeitar. Comi cachorro na Índia e sai latindo
igual a um pitbull (risos).
O melhor estádio que jogou... o Serra Dourada na época áurea era o melhor
estádio em todas as situações.
Viagem
inesquecível... foi para o Japão. Sempre tive vontade de conhecer o Japão e
terminou sendo uma viagem de sonho. Aliás, eu tive essa viagem de sonho, mas fiz uma especial. Estive na Disneylândia, quando o Vasco fez alguns jogos nas
cidades de São Francisco e Los Angeles. É uma coisa que faz você voltar no
tempo. Como o meu pai não teve uma situação financeira para me levar, eu vou
confessar que virei criança por cinco horas lá na Disneylândia.
Medo...
não tenho, por incrível que pareça. Certa vez eu estava caminhando com o meu
filho por Ponta Negra e quando ele viu que era o muro do cemitério deu uma
corrida para o outro lado da rua. Aí eu disse para ele ter medo de gente morta,
tem que ter de gente viva (risos).
Tipo
de música que mais gosta... adoro ouvir um pagodezinho, gosto de MPB também.
Tocou, véio, até William Bonner cantando
a música do Jornal Nacional eu danço (risos)
Um
cantor... gosto de Nando Cordel,
Reginaldo Rossi, Zeca Pagodinho... Gosto da muvuca (risos)
Uma
cantora... Elba Ramalho
Um
filme... teve um filme que até a última cena fiquei assustado: Atração
Fatal. Eu era casado e tinha uma namorada. Eu me vi naquela situação. Esse
filme foi marcante.
Assiste na TV... além dos programas de esportes, eu gosto de National Geographic. Gosto de observar a
natureza, principalmente um leão correndo atrás de uma presa. Acho
interessante esse poder da sobrevivência.
Não suporta na TV... tem situações que por mais que você queira se inteirar fica difiícil de acompanhar, como esse programas policiais. Você termina tendo alucinações
e como eu sou sonâmbulo, não posso assistir isso antes de dormir (risos)
Uma
lembrança boa... os títulos são sempre importantes e esse último agora aqui em
Natal, que tive a felicidade de estar participando junto com o grupo, é sempre o
mais gostoso.
Uma
virtude... fazer amizade. Eu tenho muitos amigos. No futebol eu não tenho
inimigos, agora se alguém não gosta de mim é outra situação.
Um
defeito... eu melhorei muito, mas ainda sou falastrão (risos). Eu falo pra caramba, só que não falo aquilo que não se deve
falar.
Quem
mais te ensinou na vida... o Pedrinho, que jogou
no Santa Cruz e que também foi auxiliar-técnico. Esse cara tem uma participação
na minha vida muito forte, porque muita coisas que ele falou procurei correr
atrás e fazer exatamente igual.
Não
sai de casa sem... relógio.
Uma
nota 10... rapaz, o meu pai merece um dez. Acordava às 4 horas da manhã para
nos alimentar e hoje com 78 anos ainda toma a sua cachacinha (risos)
Uma
nota 0... as pessoas que entram na política para usufruir de coisas boas e não
fazem nada em prol dos pobres.
3-5-2,
4-4-2, 4-3-3, 3-6-1... eu como treinador sempre gostei do 3-5-2. Acho um
esquema perfeito para marcação e ataque. Você defende bem, encaixado, e ataca
com um número muito grande de jogadores.
Uma
cidade para se viver... Recife, eu adoro Recife. Natal está sendo a minha
namorada, mas Recife será a minha eterna esposa
Uma
cidade que não retorna nunca mais... Salvador. Tanto é que fui assaltado
na última vez que estive lá.
Lugar
que gostaria de conhecer... Fernando de Noronha, apesar de ser pertinho. Estou me programando para conhecer no final do ano.
Prato
favorito... rapaz, eu vou lhe dizer uma coisa: eu adoro feijoada. Agora uma
feijoada completa, com todos os ingredientes.
Sonho
de consumo... uma BMW 325i (risos)
O
lado bom da fama... quando você está numa fila e o cara diz: Zé encosta
aqui...(risos)
O
lado ruim da fama... quando você perde um jogo (risos)
Ponto
positivo em Natal... por incrível que pareça é a segurança. Eu ainda vejo Natal
muito melhor que Recife. Em Natal ainda ando com os vidros do carro abertos
e paro em sinal vermelho depois das 22 horas. Em Recife eu não paro.
Ponto
negativo em Natal... como na grande maioria dos lugares, as pessoas têm um
descaso com os buracos nas vias que é uma covardia.
Momento
de tristeza... eu tive uma desclassificação em Caruaru pela Série B contra
Central, que na época era no sistema de mata-mata, que isso até hoje me incomoda. Eu jogava pelo Santa Cruz e nós tínhamos um time muito bom, com Marco Aurélio,
Sorato e outros mais. Isso foi em 1995.
Superstição...
eu não passo por debaixo de uma escada nem se você me der um carro zero (risos)
Religião...
eu durante muitos anos fui devoto de santo, mas sempre lendo a Bíblia. Porém,
não encontrei na Bíblia nome de santo nenhum. Hoje eu leio e escuto muito a
palavra do Evangelho, que fala de Jesus.
O engraçado do grupo...na verdade, o Pingo, por ser de Abreu e Lima, uma cidade da
região metropolitana de Recife, é um cara que tem uma identificação muito grande
com o grupo e todo mundo dá risada com as colocações que ele faz de maneira
sempre inteligente.
Tem
alguma mania... tenho algumas manias,
mas uma que eu tenho é de estar sempre querendo combinar a roupa. E dizem que eu
sou o inimigo da moda (risos)
Olhando
para trás, o que foi difícil... quando eu era jogador pensava que a vida de
treinador não era tão difícil. É muito difícil. É muito complicado. Você lida
com pessoas que pensam diferente de você. Existe toda essa pressão e muitas vezes há exigência e não há uma condição para se trabalhar.
Praticou
outro esporte... futevôlei
Como
jogador qual era a sua maior qualidade... a antecipação e o cabeceio.
O
que mais irrita no futebol... a má arbitragem
O
choro vem fácil quando... principalmente quando estou sozinho em casa. Hoje os
meus momentos de solidão são muitos e tem dia que se eu estiver assistindo uma
cena forte na televisão choro e não tenho vergonha de chorar.
Bebida...
gosto de uma cervejinha, sou fã do vinho, adoro whisky e se colocar uma
caipirinha eu também tomo... (risos)
Presente
que lhe agrada... relógio
Programa
de índio... você chegar num barzinho e só ter homem (gargalhada)
Revista... li por muito tempo a Veja e a Época, mas depois a gente termina tendo uma
decepção quando descobre que algumas pessoas estão envolvidas com falcatruas
Signo...
Leão
Hobby...
adoro praia
Uma
mulher bonita... tem uma mulher que até hoje eu admiro demais. Assisti muito
filme com Helena Ramos. Essa mulher me marcou muito, juntamente com Sônia
Braga. Época da adolescência, cheio de calo na mão (gargalhada)
Melhor
compra... rapaz, eu comprei um terreno em Porto de Galinhas e depois vendi para
casar. Foi a melhor compra e e a melhor venda (risos)
O
que não pode faltar na geladeira... não falta nunca cerveja e doce.
Não
gosto de... não gosto de ver ponta de cigarro. Tenho um nojo danado,
principalmente quando estou comendo.
Não
recuso nunca... um beijo de uma mulher
Do
que você sente falta de Recife? do convívio com os meus filhos, junto com a
minha mãe. Quando tenho qualquer brechinha estou sempre junto com eles.
O
melhor time que jogou... posso fazer uma seleção do melhores, mas um time
inesquecível mesmo foi o Vasco de 89: Acácio, Luiz Carlos Winck, Marco Aurélio, Quiñonez e Mazinho; Zé do Carmo, Boiadeiro e Bismarck; William, Soarato e
Bebeto.
Dirigente
que você não conversa mais... Vanor Cruz, o dono do Uniclic, que me prometeu o
cargo de treinador. Saí de Fortaleza e fui pegar o restante das minhas roupas em
Recife, quando pensei em retornar ele já havia contratado outro treinador sem
dar a mínima satisfação.
O
melhor árbitro... Dulcídio Wanderley Boschilia, um loirão de São Paulo.
O
pior árbitro... Zé Araújo, um paraibano que apitava em Recife.
Depois
que você parou de jogar, o que lhe fez mais falta... o dia-a-dia, estar no
campo, treinando, jogando, viajando. Nada me cansava, tudo me satisfazia.
A
imprensa ajuda ou atrapalha?... depende muito. Quando existe coerência, até
crítica você tem que levar para o lado positivo, mas quando tem perseguição
atrapalha bastante e tira até o torcedor de campo.
Carnaval:
Recife ou Olinda?... Olinda, pela espontaneidade
Pernambucano
nota 10... um cabra porreta, virado num “moi
de coento”, como a gente costuma falar, e que sempre leva as
nossas origens para onde vai é Reginaldo Rossi.
Pernambucano
nota 0... é aquele que não trabalha em prol de uma causa. O Marco Maciel sempre
me decepcionou, por ter sido vice-presidente e ter trazido pouco
desenvolvimento para o estado de Pernambuco.
Os
times que formarão o G4 após a 38ª rodada?... sem observar a sequência, eu
coloco Criciúma, Vitória, América e Goiás.
O
que você trouxe de dentro das quatro linhas?... o respeito pelas pessoas.
Quando
começou a sua parceria com Roberto Fernandes?... em 2010, mas nós já nos
conhecíamos desde 2007, quando eu fui coordenador técnico do Náutico e ele foi
para a primeira divisão. Roberto é uma das grandes amizades que eu fiz no
futebol.
1 comentários:
Só faltou o grande Zé citar que o referido gol inesquecível de calcanhar, foi marcado no estádio Serra Dourada, num domingo a tarde e foi escolhido o "gol do fantástico" naquele dia!
Deixa a modéstia de lado, rapaz!!
Realmente foi um belo gol!
E o tal "Joãozinho", não seria aquele ponta esquerda moreninho que foi do Confiança-SE (se não me falha a velha memória!) para o Santa Cruz? Tal qual o centro avante Nunes, que depois do Santa foi pro Flamengo?
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