24 de mai. de 2021

A gestão da mudança e o futebol

A analogia entre o mundo do futebol e a gestão da mudança pode nos ajudar a melhor compreender as diferentes etapas e dificuldades relacionadas a esse processo. A pressão por resultados imediatos; a falta de convicção no caminho a seguir; o pouco tempo para treinar um novo esquema de jogo; a dimensão inadequada do nível de competências dos jogadores, treinador e diretoria e a falta de suporte e recursos para sustentar a mudança são apenas alguns exemplos de situações em que, tanto as organizações como os times de futebol se deparam em seu dia-a-dia.

Assim como no futebol, as histórias passadas de sucesso, títulos conquistados e a tradição da camisa do clube não garantem e, tampouco, são a certeza de que novas conquistas estão a caminho!

Se, em sua avaliação, a hora de mudar chegou, ainda é preciso analisar se um dos remédios, tradicionalmente utilizado pelos clubes e pelas organizações, ou seja, a troca imediata do treinador, será suficiente para a busca de outro nível de resultados. Com certeza, a troca do “comandante” traz consigo uma nova motivação aos funcionários ou jogadores por uma suposta “esperança” na retomada de dias melhores. A questão é que essa ação isolada não irá garantir melhores resultados, exceto que venha acompanhada de outras medidas tão ou mais importantes.

Esta situação se assemelha (e muito) ao momento em que as organizações decidem pela promoção interna ou a contratação de uma nova liderança e depositamos nela toda a expectativa e pressão por diferentes e melhores resultados. Resultados imediatos, ou no curto prazo, serão muito complicados de serem alcançados e poderão gerar, se não corretamente administrados, uma nova troca ou substituição.

Quem sabe em nossas organizações e times do coração devêssemos entender melhor que se treinamos e criamos um ambiente para: 1 – aumentar a confiança entre os jogadores, 2 – aprimorar as deficiências individuais e coletivas, 3 – explorar as potencialidades de cada jogador, 4 – lapidar os talentos, 5 – implementar diferentes esquemas e táticas a serem utilizadas no decorrer de cada partida, existirá uma grande chance de que algo novo possa aparecer ao longo das partidas oficiais. Caso contrário, teremos sempre que contar com a sorte, com o despreparo e/ou infelicidade do adversário ou com o talento individual de alguns de nossos jogadores.

A rápida exigência por resultados extraordinários e o pouco tempo para preparar e treinar os jogadores, somada à falta de convicção da direção e dos técnicos do time, além da falta de observação das forças propulsoras e restritivas da cultura/tradição da organização/clube, não criam as condições para que se possa mitigar ou eliminar os riscos inerentes a todo e qualquer processo de gestão de mudanças, seja no futebol ou no meio organizacional.

Enfim, ao acompanhar a dinâmica do futebol; a falta de convicção das diretorias em relação às mudanças que se fazem necessárias e as inúmeras decisões motivadas, fortemente, pela emoção e pelo despreparo de alguns dirigentes, se torna inevitável a analogia com o mundo organizacional. Por outro lado, mesmo com todas essas dificuldades e percalços, é no futebol que se encontram as torcidas mais fanáticas e apaixonadas pelos seus respectivos clubes. Talvez esteja aí uma grande oportunidade para os dois lados.

O aproveitamento do que existe de melhor em cada um destes dois mundos, permitiria aumentar a profissionalização e competitividade de nossos clubes do coração, assim como, ajudaria as organizações a identificarem como aumentar o engajamento e, por que não dizer, a paixão de seus funcionários pela empresa.

Artigos de Daniel Ely

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